FUNCEF dá um novo golpe nos participantes

De forma nada democrática, a Diretoria Executiva da FUNCEF decidiu que os comitês de assessoramento técnico agora só podem ser formados por pessoas indicadas pela Fundação ou pela Caixa – a patrocinadora. A presença dos participantes na gestão dos recursos dá mais transparência na FUNCEF.

Durante a votação, somente os diretores eleitos, Jair Pedro Ferreira (Benefícios) e Rogério Vida (Administração e Controladoria) foram contra a mudança, considerada absurda. O Conselho Deliberativo ainda não se posicionou sobre o assunto. Esta não é a primeira vez que a Fundação desrespeita participantes e assistidos. Em 2021, a direção violou o normativo de 2007 e não definiu as composições dos comitês.

Importante destacar que a criação dos comitês é uma conquista histórica dos participantes para conferir uma gestão mais democrática e transparente na Fundação. Os indicados pela patrocinadora estão restringindo a presença dos participantes na gestão. Portanto, as entidades representativas são contra a alteração.

Tem mais. A mudança no estatuto reduziu as diretorias e promoveu a alternância dos mandatos. Desta forma, os indicados pela patrocinadora serão maioria até 2025. Quer dizer, nem precisarão do voto de minerva para decidir questões importantes para o futuro da FUNCEF. Os interesses da patrocinadora, no caso da Caixa, sempre estarão mantidos.

Os comitês

Os comitês foram criados em 2008 com o objetivo de assessorar de maneira consultiva o Conselho Deliberativo e também analisar as demandas coletivas apresentadas pelas entidades representativas dos participantes, como era atribuição do Comitê de Benefícios. Além deste, havia o comitê de Ética, de Investimentos e de Controle das Informações Contábeis.

A composição era tripartite, com 50% dos membros indicados pelos conselheiros deliberativos eleitos, portanto, representantes dos participantes, e 50% pela Caixa e a FUNCEF.