FUNCEF anuncia resultado e déficit cresce R$ 806 milhões

Um futuro apertado e ainda pagando alto pelo déficit da FUNCEF. Assim são as perspectivas para participantes e assistidos depois da confirmação do balanço do primeiro semestre do fundo de pensão dos empregados da Caixa. No acumulado do ano, o saldo negativo apresentou alta de R$ 806 milhões e agora atinge R$ 6 bilhões.

Diante dos números, participantes e assistidos podem ter de pagar mais um equacionamento muito em breve. Como havia chamado atenção reportagem da AGECEF recentemente, os participantes do REG/REPLAN Saldado são os mais atingidos. Na modalidade, a meta de rentabilidade era de 4,73%, mas não passou dos 3,82%.

Detalhe: participantes e assistidos já pagam atualmente três planos de equacionamento - referentes aos resultados dos anos de 2014, 2015 e 2016. Os valores em muitos casos comprometem cerca de 30% da renda. Realmente um "baque" para quem tantas despesas, sobretudo os aposentados que gastam boa parte do que recebem com a saúde.

Enquanto participantes e assistidos amargam as contribuições extraordinárias, a FUNCEF não define se vai mudar a política de investimentos e diversificar mais a carteira, saindo da renda fixa, que no atual cenário não vai permitir que os planos saiam do vermelho. Para completar, até agora a Fundação não deu nenhuma declaração quanto a cobrança do equacionamento sobre o 13º salário, pago em novembro. O silêncio pode indicar que novamente o trabalhador vai pagar a conta.

Revisão

Outra questão que deixa participantes e assistidos angustiados é a revisão do equacionamento. Se a FUNCEF adotasse a resolução 30 do CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar), boa parte dos problemas dos trabalhadores poderia ser resolvida. Mas, depois de 10 meses de editada a medida, a direção da Fundação continua com a mesma justificativa de que realiza um estudo interno para avaliar as possibilidade da revisão. O problema é que não há prazo para a conclusão.

A regulamentação permite que os planos de equacionamento sejam revistos e tenham os prazos ampliados, de modo que se possa diluir o impacto das contribuições extraordinárias.