DE OLHO NA FUNCEF

FUNCEF deve esclarecimentos sobre a Vale

A FUNCEF deve explicações aos participantes do fundo de pensão sobre as mudanças que a reestruturação societária da Vale podem causar nos planos de benefícios. As alterações foram aprovadas em assembleia dos acionistas, nesta terça-feira (27/06).

Para que as modificações se concretizem é preciso uma adesão de, pelo menos, 54,09% dos acionistas. O prazo para isso é de 45 dias, ou seja, 11 de agosto. A reestruturação societária da Vale não é novidade para os participantes da FUNCEF. O plano foi anunciado em fevereiro deste ano.

O que causa espanto é o silêncio da FUNCEF. Passados quatro meses, a Fundação ainda não deu uma posição oficial. Também não fez qualquer avaliação sobre os possíveis impactos nos planos de benefícios. Importante destacar que hoje o investimento da FUNCEF na Vale equivale a cerca de 8% dos recursos garantidores dos planos de benefícios.

Portanto, a possibilidade de os acionistas poderem vender as ações pode ser vista como positiva, pois a qualquer momento a Fundação poderá se desfazer do ativo ou até mesmo reduzir a participação. Outro ponto bem visto é a entrada na Vale no novo mercado de Bolsa de Valores.

Mas, outras questões, inclusive denúncias de irregularidades na negociação do novo acordo de acionistas da Vale, precisam ser devidamente explicados e os participantes ouvidos. Não dá para fazer de conta que nada acontece, sobretudo quando se está prestes a começar mais um equacionamento que causa prejuízos aos beneficiados.

Os números ajudam a elucidar. Os investimentos da Vale têm grande impacto no REG/REPLAN. A cota do Saldado é a maior, de 89,9%. Justamente por isso tem a maior perda. Em 2015, a perda contábil foi de R$ 1 bilhão por conta da mineradora, o que representa 16,4% do déficit a equacionar (R$ 6 bilhões).

O REG/REPLAN Não Saldado tem 8,5% das ações da Vale. A perda, neste caso, foi de R$ 95,2 milhões no mesmo período. O valor equivale a 9,52% do déficit a equacionar (R$ 1 bilhão). No Novo Plano não há impacto, porque não há alocação de recursos e no REB o impacto é pequeno, já que a cota desse plano na companhia é de 1,5%, o que resultou em perda de R$ 17 milhões em 2015.


 

     

           
     

     
 
 

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