Altercom defende democratização da informação

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Renato Rovai, editor da Revista Fórum e presidente da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), voltou a cobrar a aplicação de 30% das verbas publicitárias do governo federal em mídias não vinculadas aos grandes grupos de comunicação.

A reivindicação foi um dos principais pontos aprovados na Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), realizada em 2010. Rovai cobra que a distribuição da verba não leve em conta apenas o critério audiência, mas também o princípio da democratização da informação.

Para Rovai, um exemplo que o governo federal deveria seguir é o que atualmente é aplicado no Ministério da Educação, que reserva 30% da verba da merenda escolar à compra direta de agricultores familiares.

“Não se pode comprar toda a publicidade apenas dos grandes veículos, porque senão sufoca os pequenos”, reclamou Rovai.

O presidente da Altercom reclama ainda da falta de critérios. “A televisão recebe mais de 60% de verbas publicitárias do governo federal, pelos dados que a gente tem disponível mais facilmente. E, hoje, a TV aberta não representa 60% da comunicação total do país. Não representa, provavelmente, nem 30%", comparou.

Em contraponto aos críticos da regulamentação da mídia, Rovai lembra que países como USA, Inglaterra, França, Suécia e Portugal já têm leis no setor. "Se a TV passa dos 30% de audiência, tem que se vender parte dela. Tem restrições de diferentes ordens. Aqui não. É terra de ninguém e alguns poucos têm interesse que se mantenha dessa forma", criticou.

Rovai refutou ainda a possibilidade de a regulamentação da mídia ser uma espécie de censura na produção de conteúdo jornalístico. “”É um escudo que eles [conglomerados de comunicação] utilizam para interditar o debate”, disse.

Redação AGECEF/BA