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Ataques a bancos deixam 32 mortos

A negligência dos bancos com a segurança tem resultado muitas vezes irreversíveis. No primeiro semestre deste ano, 32 pessoas morreram em decorrência de assaltos, média de 5,33 vítimas fatais por mês, alta de 6,7% ante o mesmo período de 2013, quando foram registrados 30 óbitos.

O pesquisador do Observatório de Segurança Pública da Bahia, Nilton José Ferreira, explica que os bancos devem ser os responsáveis pelas pessoas nas agências. “As empresas têm de zelar pela segurança dos funcionários e clientes, que são os bens maiores de qualquer instituição”.

Mas, os dados da Contraf-CUT, feitos com a parceria da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), mostram que a preocupação não é essa. A saidinha bancária é a líder entre os tipos de ocorrências. No total, foram 20 mortes entre janeiro e junho. O número representa 62,5% dos casos.

O assalto a correspondente bancário e ataques a caixas eletrônicos aparecem juntos na segunda colocação, com quatro vítimas fatais cada. Na terceira posição estão os assaltos a agências (3) e, por fim, transporte de valores (1).

As principais vítimas foram os clientes, com 36 casos (68,8%). Os policiais (2), vigilante (1) e transeuntes (7) também integram a lista, que tem o estado de São Paulo como líder. Na sequência estão: Rio de Janeiro (4), Pernambuco (3) e Minas Gerais (2). A Bahia, por incrível que pareça, não aparece no levantamento.

Um dos fatores apontados pelo pesquisador Nilton Ferreira para um índice tão alarmante é a falta de investimento na qualificação dos profissionais de segurança que atuam nas agências. “A presença dos vigilantes não impede que ocorra a saidinha bancária” diz. Ou seja, é preciso um conjunto de iniciativas para coibir as ações, como a instalação de câmeras de segurança e divisores entre os terminais de autoatendimento.

Mas, para os bancos a segurança não é prioridade. Tanto que o investimento é escasso. De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), as seis maiores organizações financeiras (Itaú, BB, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) apresentaram lucros de R$ 57,7 bilhões em 2013. Já as despesas com segurança somaram R$ 3,4 bilhões, 6% do total lucrado.

Outro exemplo é o descumprimento da lei federal de número 7.102/83 que rege sobre segurança. No primeiro semestre, a Polícia Federal aplicou multa de R$ 5,58 milhões para 15 bancos. O motivo: desrespeito à norma, que, diga-se de passagem, está defasada. “Mais do que muito preocupantes, essas mortes comprovam o descaso e a indiferença dos bancos para a prevenção de assaltos e sequestros", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "Eles continuam enxergando a segurança como custo e não como investimento na proteção da vida de trabalhadores e clientes", aponta.

Redação AGECEF/BA

 

 

     

           
     

     
 
 

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