Redução da jornada para proteger a saúde

A redução da jornada de trabalho para quatro dias na semana faz bem para a saúde física e mental dos trabalhadores e, ao contrário do que achavam muitos executivos, não diminui a produtividade. Pelo contrário. Com a melhora na qualidade de vida, as pessoas trabalham mais satisfeitas. O assunto dominou os debates da segunda rodada de negociação, nesta terça-feira (02/07), entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).

Foram apresentados diversos estudos, baseados em projetos pilotos feitos no Brasil e outros países, como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, com impactos positivos na saúde física e mental dos funcionários, redução de faltas e ganhos na produtividade e receita das empresas.

No Brasil, por exemplo, resultados parciais do projeto em 21 organizações, revelam que 61,5% apresentaram melhoria na execução de projetos, 58,5% na criatividade e inovação, 44,4% na capacidade de cumprir prazos e 33,3% no aumento de clientes. Os benefícios atingem também os trabalhadores. Quase 65% tiveram redução de exaustão por causa do trabalho, 50% queda na insônia, 46,3% praticaram exercício mais de 3 vezes.

O Comando Nacional dos Bancários destacou que a redução da jornada sem corte nos salários e a manutenção da abertura das agências de segunda à sexta-feira não impactaria nos lucros dos bancos.

Não para por aí. A medida, se adotada entre os bancários que atualmente realizam jornada de 40 horas semanais, pode criar 108 mil novas vagas no setor. A geração de empregos pode ser ainda maior se a jornada for adotada entre aqueles com jornada de 30 horas. O potencial de postos abertos seria de 240 mil. A Fenaban ficou de avaliar o pedido.

Outro assunto em debate foi o teletrabalho. Depois de cobrada, a Fenaban informou que 33% dos bancários estão em trabalho remoto (143 mil). Desse total, 91% estão no modelo híbrido e demais 9% totalmente remoto. Mas, adiantou que não há garantia de que o home office siga adiante.

A próxima rodada de negociação, sobre igualdade de oportunidades, está marcada para o dia 11 de julho. Saúde e condições de trabalho entram em pauta dias 18 e 25 de julho e cláusulas econômicas, 6 e 13 de agosto. O calendário ainda prevê mais duas negociações – dias 20 e 28 de agosto – ainda sem tema definido.

Redação AGECEF/BA