Por uma Caixa antirracista

“Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É preciso ser antirracista”. A conhecida frase de Ângela Davis se tornou um símbolo na luta contra a discriminação racial, reforçando a importância de fortalecer o debate sobre o tema. E nada melhor do que desenvolver ações com essa finalidade, para que todos compreendam o alcance da cultura antirracista na sociedade atual.

Com este objetivo, a AGECEF Bahia realizou, na sexta-feira passada (17/05), no Fiesta Hotel, em Salvador, a segunda Formação de Lideranças Executivas Antirracistas. Participaram mais de 50 gestores da Bahia e de outros estados, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A intenção é desenvolver práticas que promovam o antirracismo, reforçando o enfrentamento a toda e qualquer forma de preconceito.

Um dos palestrantes, George Oliveira, ativista do movimento negro, escritor e economista, destacou que a iniciativa é uma forma de tornar visível ações que passam despercebidas no dia a dia. “Para as pessoas negras, pode elevar a autoestima e as não-negras de entender a diversidade”. Ele reforça que, no caso da Caixa, é uma ação afirmativa para o banco que é responsável pela gestão de importantes políticas públicas que tem na sua maioria pessoas negras como beneficiárias.

Verdade. Lugar melhor para desenvolver essas iniciativas não há. Desde o ano passado, com a retomada das forças progressistas ao poder central, voltou a esperança de a Caixa resgatar seu papel social, como uma empresa forte, valorizando os empregados e atuante na reconstrução do país. Símbolo de resistência, desde 1861, o banco tem negros entre a maioria dos clientes. Escravizados viram na instituição a oportunidade de poupar e, enfim, conseguir a alforria.

Os gestores que participaram da segunda formação aprovaram. É o caso de Apoena Bento Braga, da AGECEF RJ. Glaucos Santana, gerente de carteira da Caixa e membro do Movimento Caixa Preta, destacou a felicidade em participar do evento e reforçou que todo o apoio é fundamental. Para concluir lembrou: “temos de ser acima de tudo antirracistas”.

Já o palestrante Silvio Humberto, doutor em Economia, membro do Raça e Democracia nas Américas, e atual presidente de Honra do Instituto Steve Biko, explicou que a formação é, antes de tudo, política. De convencimento para buscar aliados e não opositores.

Redação AGECEF/BA