CONFERÊNCIA DOS BANCÁRIOS

Definidas as prioridades da Bahia e Sergipe

A campanha salarial dos bancários deste ano acontece em um cenário mais positivo. Mas, não dá para baixar a guarda. Afinal, o sistema financeiro é o mais lucrativo e poderoso da economia e o governo, embora progressista, tem de lidar com um Congresso Nacional extremamente conservador.

A conjuntura segue exigindo unidade dos trabalhadores, inclusive das empresas públicas. As negociações devem continuar difíceis. O alerta foi dado aos participantes da 26ª Conferência dos Bancários da Bahia e Sergipe, realizada no fim de semana, no Hotel Fiesta, em Salvador.

Durante a abertura do evento, no sábado (18/05), o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, lembrou que a campanha salarial não está descolada da situação política do país. Pelo contrário. No Congresso Nacional, diversos projetos de lei miram os trabalhadores com a retirada de direitos. Foi assim com a reforma trabalhista.

Sendo assim, neste ano, o desafio vai ser dobrado. Além da campanha salarial, os trabalhadores devem construir trincheiras de resistências nas prefeituras e câmara dos vereadores.

Tem mais. A economista e técnica do Dieese, Ana Georgina Dias, mostrou, durante palestra no sábado, que os lucros dos bancos continuam intocáveis. As cinco maiores instituições financeiras – BB, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander – tiveram lucro líquido de mais de R$ 29,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano.

A rentabilidade também cresceu. Destaque para o Santander, alta de 3,5%, e a Caixa, 2,0%. Os ativos totais chegaram a R$ 10,1 trilhões. Ana Georgina alertou que as negociações vão exigir mobilização. Mas, informou que a imensa maioria das campanhas salariais tem terminado com aumento real dos salários.

Prioridades da Bahia e de Sergipe

No domingo, depois de uma excelente palestra do psicólogo André Guerra, que chamou a atenção para a atual política dos bancos, de competitividade e vigilância, que acaba em adoecimento, os bancários aprovaram a pauta de reivindicações a ser defendida na Conferência Nacional entre 7 e 9 de junho.

Entre as prioridades aprovadas, a reposição da inflação mais aumento real de 5% para os salários e demais verbas econômicas, fim do assédio moral e das metas abusivas, proteção à saúde, melhoria nas agências. Mais de 300 trabalhadores participaram do evento.

Redação AGECEF/BA