Combater o racismo para ter democracia

O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira, 20 de novembro, é um excelente momento para refletir sobre como a população negra é vista socialmente no Brasil. A data chama a atenção para o racismo que milhões de brasileiros enfrentam diariamente. Os dados estão aí para comprovar.

Os negros são 65,1% dos desempregados do país, embora sejam a maioria (56,1%) da população. Entre os que conseguem colocação no mercado de trabalho, apenas 33,7% alcançam cargos de gerência e direção.

As mulheres negras sentem ainda mais o peso do racismo. Enquanto a taxa de desocupados não negros é de 6,3%, entre elas chega a 11,7%, aponta pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), feita com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Não para por aí. O profissional negro recebe, em média, 39,2% a menos que o de outras raças. A realidade não muda no sistema financeiro. Os negros ocupam apenas 25% dos postos de trabalho da categoria bancária. As negras representam 11,4% desse universo.

Mais diferença na remuneração. Enquanto um bancário branco recebe em média R$ 11.831,00, uma bancária preta tem rendimento médio de R$ 7.023,00 – ou seja, 40,6% inferior. Apenas 20,3% dos cargos de liderança são ocupados por negros. As mulheres são ainda mais oprimidas, ocupando apenas 8,8% desses postos.

Diante do cenário, iniciativas como a da AGECEF Bahia, que realiza formação de Letramento Racial, nesta sexta-feira (24/11), são essenciais para combater o racismo. A ação pioneira acontece com gestores da Caixa, no hotel PortoBello, das 8h às 18h. Ministram o curso da Steve Biko, George Oliveira - Ativista do Movimento Negro, Escritor, Economista e Doutorado em Educação/UFBA – e Mabel Freitas, pós-doutora em Educação (USP) e doutora em Difusão do Conhecimento (Ufba).

Redação AGECEF/BA