Entidades chamam atenção para adoecimento mental entre os bancários

A gestão dos bancos, baseada unicamente em metas, tem adoecido cada vez mais os trabalhadores. Hoje, mais de 40% dos funcionários do setor fazem uso de medicamento controlado, segundo consulta feita à categoria em julho deste ano. Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o cenário, as entidades representativas dos bancários realizam, nesta terça-feira (12/09), Dia Nacional de Luta, com atividades em todo o país. O tema é A vida acima do Lucro.

A iniciativa faz parte da campanha Menos Metas, Mais Saúde, lançada no início do ano e que neste mês ganha força com o Setembro Amarelo, campanha anual de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Quem trabalha em banco sabe como a rotina é extremamente exaustiva.

Os empregados têm hora para iniciar as atividades e, muitas vezes, não têm hora para terminar. Com as redes sociais, as cobranças se intensificaram e acontecem a todo momento. É comum o bancário receber mensagens fora do horário de expediente, inclusive fim de semana. A pressão, as jornadas prolongadas, o ambiente altamente competitivo e a falta de reconhecimento geram dor física e mental e levam ao adoecimento.

Na Caixa, os empregados sabem bem o que é isso. Com a gestão assediadora de Pedro Guimarães, 524 empregados tiveram de se afastar das atividades no ano passado. O maior número já registrado desde 2012, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Entre os afastados, 75,4% tiveram de entrar com licença por conta de problema de cunho psicológico adquirido no ambiente de trabalho. Os dados no banco superam a média de afastamentos em toda a categoria (57,1%), de acordo com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

É fundamental que os trabalhadores protejam a mente. Para fechar o cerco contra os abusos dos bancos, vale manter registro detalhado do incidente. Também é essencial procurar apoio psicológico ou psiquiátrico para lidar com os efeitos dos problemas, se informar sobre a legislação e entrar em contato com as entidades.

Redação AGECEF/BA