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Metas abusivas impactam na saúde dos bancários

Sobrecarga de trabalho, cobrança por bater metas, assédio moral. Esses são alguns dos muitos problemas enfrentados por bancários de todo o país diariamente. A pressão a todo custo compromete a saúde e milhares hoje trabalham à base de remédio. Os empregados da Caixa sabem bem.

A consulta feita aos trabalhadores do setor e apresentada durante a 25ª Conferência Nacional, ocorrida no fim de semana, em São Paulo, reafirma uma pesquisa feita recentemente com os bancários do banco público. Quase 20 mil profissionais de todas as instituições financeiras participaram (23% da Caixa) e o resultado mostra um cenário bastante preocupante.

A categoria representa cerca de 1% do emprego formal no Brasil e 25% dos afastamentos acidentários pelo INSS por doenças mentais e comportamentais. Nos últimos 12 meses, cresceu o índice de bancários que tomam medicamentos controlados, saindo de 35,5%, na consulta feita em 2022, para 41,9% na deste ano.

Quando questionados se a cobrança excessiva para o cumprimento de metas impacta na saúde, as respostas também chamaram bastante atenção. Quase 70% têm preocupação constante com o trabalho; 61% apresentam cansaço e fadiga constante; 52% disseram estar desmotivados e sem vontade de ir ao trabalho; 46% apresentam crises de ansiedade/pânico; 42% têm dificuldade em dormir, até mesmo nos fins de semana.

Os problemas relacionados à saúde não param por aí e 29% afirmaram ter crises de dor de cabeça constantemente. Outros 28% sentem dor ou formigamento nos ombros, braços ou mãos; 28% dores de estômago/gastrite nervosa; 26% vontade de chorar sem motivo aparente; 21% omitem dor ou doença para não se prejudicar; 21% apresentaram episódios de pressão alta depois de estresse relacionado ao trabalho.

A consulta perguntou aos bancários quais medidas deveriam ser implementadas para criar um ambiente de trabalho mais saudável, ético e respeitoso, e 53,5% disseram que a definição de metas, levando em consideração o porte da unidade, a região, o número de empregados, a carteira de clientes, o perfil econômico deveria ser a prioridade; 46,7% afirmaram que as metas devem ser proporcionalmente readequadas em períodos de redução do quadro de trabalhadores, como férias, afastamentos ou licenças; 38,9% responderam maior participação dos bancários na definição das metas e mecanismos de aferição e 27,6% treinamentos que envolvam valorização dos trabalhadores, respeito à diversidade, cooperação, trabalho em equipe e combate ao assédio moral/sexual.

Perfil

Em todo o país, 19.967 bancários responderam à consulta. Desse total, 54,9% se identificaram como do sexo masculino e 43% do sexo feminino. Em relação a raça/cor, 68,7% se apresentaram como brancos; 23,1% como pardos; 5,7% como pretos; 2,3% amarelos e 0,2% indígenas. O resultado mostra que os bancos discriminam na hora da contratação.

Sobre a idade dos entrevistados, a maior parcela (24,6%) foi de trabalhadores acima dos 50 anos. A segunda faixa etária que mais respondeu foi a entre 36 e 40 anos (20,8); seguida pelos grupos entre 41 e 45 anos (17,0%); entre 46 e 50 anos (14,2%); 31 a 35 anos (10,5%); 26 a 30 anos (9,7%); 21 a 25 anos (2,1%); e até 20 anos (0,7%).

Em relação ao tempo de banco, 42,7% afirmaram ter mais de 16 anos; 26,2% entre 11 e 15 anos; 15,1% entre 6 e 10 anos e 14,5% até 5 anos.

Cenário Nacional

A pesquisa feita aos bancários foi além do ambiente de trabalho. Afinal, a pauta política e econômica afeta diretamente a vida dos brasileiros. Por isso, alguns assuntos relevantes foram tratados, como reforma tributária, política praticada pelo Banco Central, lei de igualdade salarial entre homens e mulheres.

Sobre reforma tributária, 85,4% aprovam ampliação da faixa de isenção do imposto de renda cobrado sobre a PLR; 78,5% aprovam isenção do imposto de renda para quem recebe salário de até R$ 5 mil; 74,2% são favoráveis à cobrança de imposto sobre grandes fortunas, para pessoas físicas com riqueza acima de R$ 10 milhões.

Perguntados sobre a democratização do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), com maior participação de outros segmentos da sociedade civil, ; 61,9% são favoráveis; 59,5% aprovam o fim da isenção de imposto de renda para lucros e dividendos pagos a acionistas de empresas.

A política monetária do BC também esteve em pauta e 86% afirmam que são favoráveis à redução da taxa básica de juros; 50% defendem que Roberto Campos Neto seja substituído do comando. Por fim, no quesito igualdade salarial, 75% acham muito importante a Lei 14.611/2023, que determina a obrigatoriedade de salários iguais entre homens e mulheres na mesma função.

Redação AGECEF/BA

 

 

 

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