Abusos e impunidade no coração da Caixa

Há um ano, o país ficou chocado com o escândalo de assédio sexual que envolvia Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa, e um dos principais aliados do então presidente Jair Bolsonaro. As denúncias, que incluíam toques íntimos não autorizados e abordagens inapropriadas, revelaram uma realidade repugnante que vinha do alto escalão da instituição financeira.

As acusações expuseram o que boa parte dos empregados do banco já sabiam. As atitudes de Pedro Guimarães, que incluíam ainda assédio moral recorrente, eram incompatíveis com o cargo que ocupava – a presidência do maior banco público do Brasil.

Um ano depois, as vítimas enfrentam dificuldades. Algumas relatam falta de apoio do banco para lidar com as marcas deixadas pelos abusos, incluindo casos de profunda depressão clinicamente diagnosticada. Outras se mostram decepcionadas com a demora na punição.

O Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação contra a Caixa e Pedro Guimarães, buscando indenização milionária pelos abusos e exigindo a implementação de medidas para combater o assédio na instituição. Recentemente, o banco concordou em pagar R$ 10 milhões para encerrar a ação.

Paralelamente, o Ministério Público Federal iniciou uma ação criminal contra o ex-presidente da Caixa, que pode enfrentar acusações de assédio sexual e importunação sexual, com pena que pode chegar a mais de 70 anos de prisão.

Redação AGECEF/BA