Caixa lucra R$ 1,9 bilhão em três meses

A Caixa, único banco 100% público do país, foi duramente atacada nos últimos anos. Além de perder pessoal, subsidiárias importantes foram vendidas, a exemplo da Caixa Seguridade. Agora, os efeitos do desmonte começam a aparecer. É o caso da queda na lucratividade.

O balanço entre janeiro e março caiu 23,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em real, o maior banco em número de clientes, crédito, contas digitais e depósitos em poupança, lucrou R$ 1,9 bilhão no primeiro trimestre.

A PDD (Provisões para Devedores Duvidosos) também ajuda a explicar a redução. O saldo provisionado pelo banco cobre 1,7 vez o saldo inadimplente, ou seja, o valor que os clientes poderão deixar de pagar.

A atual gestão vem sinalizando mudanças para a Caixa se recuperar. O ambiente de trabalho também é prioridade. Segundo a presidenta Rita Serrano, a gestão pelo medo ficou no passado. Embora, ainda hoje muitas denúncias de assédio cheguem às entidades representativas.

Há ainda previsão de aumento da rede novamente. A direção da empresa anunciou a abertura de mais de 30 agências. Mas, as entidades cobram a ampliação do quadro de pessoal. O banco perdeu cerca de 20 mil empregados dos últimos anos, o que aumentou significativamente a sobrecarga e o adoecimento, agravado pelo assédio moral.

O entendimento é de que, além de focar na retomada da eficiência, é preciso também investir nos funcionários, com foco na valorização profissional e na atenção ao ser humano.

Outros números

A Caixa terminou março com ativos de R$ 1,7 trilhão, crescimento de 11,1% em 12 meses. O patrimônio líquido também avançou 5,4% e chegou a R$ 124,5 bilhões, assim como a carteira de crédito (R$ 1,037 trilhão), alta de 16,6% em relação a março de 2022.

De janeiro a março, o banco ampliou a oferta de crédito o que favoreceu o aumento de 17,2% em 12 meses. Em números, foram concedidos R$ 127,6 bilhões em crédito no primeiro trimestre.

A instituição financeira pagou R$ 119,4 bilhões em benefícios sociais pagos no período. Apenas do Bolsa Família foram R$ 53,6 bilhões, para 21,3 milhões de famílias. Além disso, R$ 5,0 bilhões foram arrecadados em Loterias.

Redação AGECEF/BA