Nos bancos, diferença salarial chega a 59%

A desigualdade salarial entre brancos e pretos é verificada em todos os setores, inclusive nos bancos. Dados compilados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revelam que os bancários negros (grupo que inclui pretos e pardos) ganham 24% a menos do que os colegas que se declaram brancos.

A diferença salarial sobe para 27,3% quando o recorte é feito somente entre pretos e brancos. As mulheres pretas têm os menores rendimentos, segundo o levantamento. Elas ganham 59% a menos do que a média dos homens brancos.

As informações de sustentabilidade com recorte racial divulgadas pelo Santander ajudam a entender essa discrepância salarial: nos cargos de diretoria, 93,2% são brancos e apenas 3,6% são negros. Trabalhadores negros estão mais presentes em cargos operacionais, sendo 36,2% do total de trabalhadores nesta posição.

Entre os cinco maiores bancos em atuação no Brasil, apenas Itaú e Santander divulgam dados de sustentabilidade com recorte racial e os dados mostram a discriminação. A imensa maioria (93,2%) dos trabalhadores que ocupam cargos na diretoria é branca. Apenas 3,6% são negros. No banco, os funcionários negros estão mais presentes em cargos operacionais, sendo 36,2% do total nesta posição.

O Itaú também reproduz a política excludente. Segundo os dados do relatório de sustentabilidade da empresa, 25,6% dos trabalhadores se autodeclaram negros, e apenas 15,4% ocupam cargos de gestão.

A falta de representatividade é uma realidade nas instituições financeiras, de forma geral. O estudo mostra que em 2019 os bancos tinham apenas 3,3% de trabalhadores que se autodeclaram pretos. Os pardos eram 20,1%, representatividade muito menor do que na sociedade brasileira.

Redação AGECEF/BA