Caixa reduz recursos das agências e sobrecarrega os empregados

De olho nas eleições presidenciais e para atender aos interesses do governo federal na busca desenfreada por votos pela reeleição de Jair Bolsonaro, a direção da Caixa vem lançando diversos produtos voltados para a população mais carente e para as mulheres. É o caso do empréstimo consignado do Auxílio Brasil.

Nos últimos dias, o cenário nas agências tem sido assustador. O volume de clientes em busca de um dinheiro a mais para pagar as contas é enorme e causa filas gigantescas. Para se ter ideia, em algumas unidades, o tempo de espera ultrapassa três horas. A alta demanda sobrecarrega ainda mais os empregados, já esgotados com tantas metas e cobranças. Um ambiente de trabalho realmente precarizado e propício a doença.

As entidades representativas têm questionado o banco sobre as medidas. Destacam que se tratam, na prática, de ações eleitoreiras e comprometem o real papel da Caixa. Tem mais. O caos comprova a carência de empregados para atender a alta demanda.

A instituição financeira ganhou milhões de clientes com a pandemia e o auxílio emergencial. Atualmente, a carteira de correntistas chega a 148,4 milhões. Já o quadro de pessoal caiu bruscamente. O déficit estimado é de 20 mil bancários.

Não é de hoje que a Caixa vem sendo usada para atender a interesses políticos. Desde a gestão de Pedro Guimarães que as entidades denunciam o uso indevido da empresa. A meta anunciada agora pela presidenta Daniella Marques é de conceder até sexta-feira (21/10) R$ 1,8 bilhão de crédito consignado a 700 mil beneficiários do Auxílio Emergencial.

Uma medida que endivida ainda mais a população que dificilmente vai conseguir pagar, já que, pelo orçamento enviado por Bolsonaro ao Congresso Nacional, a partir de 2013, o valor do Auxílio Brasil será de R$ 403,00, apenas.

Redação AGECEF/BA