Negociação sobre cláusula econômica termina sem avanço

A primeira rodada de negociação para tratar sobre as cláusulas econômicas da pauta de reivindicações terminou sem muita novidade. No debate desta quarta-feira (03/08), o Comando Nacional dos Bancários reafirmou que uma das principais demandas é o reajuste salarial com a reposição da inflação mais 5% de aumento real, além de maiores vales refeição e alimentação, já que no Brasil tudo está pela “hora da morte”.

Os representantes dos trabalhadores lembraram que a inflação alta, acima de 12% em 12 meses, e os alimentos não param de subir. Destacaram que o cenário de retrocesso é resultado da atual política econômica do governo Bolsonaro, que insiste em manter os preços dos combustíveis atrelados ao mercado internacional. Uma medida que prejudica os brasileiros.

Os dados mostram que a pauta dos bancários pode ser atendida. O lucro líquido dos bancos cresceu 190% acima da inflação entre 2003 e 2021. No primeiro trimestre deste ano, o resultado de BB, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander chegou a R$ 28,1 bilhões, alta de 17,5% em 12 meses, mantendo uma rentabilidade elevada, entre as maiores do país.

A Fenaban informou que existe dificuldade para aumento maior do VA e VR porque o governo alega que os bancos usam os vales para aumentar a remuneração da categoria sem que haja possibilidade de tributação.

Remuneração

Sobre a remuneração, os representantes dos bancários destacaram que desde 2017 as despesas dos bancos com pessoal caíram 15% em termos reais. A remuneração média da categoria reduziu 2% em termos reais desde 2014 o que, somada à redução do emprego, levou a uma redução na massa salarial do setor de 20% desde 2014. Sobre a demanda, não houve resposta.

A próxima rodada de negociação, segunda-feira (08/08), será sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a remuneração variável.

Redação AGECEF/BA