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CONFERÊNCIA DOS BANCÁRIOS

Campanha em defesa dos direitos e da democracia

A campanha salarial dos bancários de 2022 será uma das mais difíceis e vai exigir muito empenho de cada bancário. As crises econômica e política, a pandemia e o cenário de incertezas sobre a eleição de outubro vão tornar as negociações com os bancos públicos e com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) duras. O governo e as empresas não vão querer aliviar.

Diante do quadro, foi consenso entre todos os bancários da Bahia e de Sergipe que participaram da 24ª Conferência, no sábado (14/05), a defesa dos direitos, da democracia e dos bancos públicos. Este foi o primeiro evento totalmente presencial depois da melhora nos números de contágio da Covid-19.

Durante a abertura do evento, na noite de sexta-feira (13/05), o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, lembrou que a campanha salarial não está descolada da situação política do país. Pelo contrário. No Congresso Nacional, diversos projetos de lei miram os trabalhadores com a retirada de direitos. Foi assim com a reforma trabalhista. Os bancários são alvos específicos. Um PL em tramitação na Câmara dos Deputados prevê a abertura das agências no fim de semana. Tiveram ainda as MPs, editadas pelo governo federal no início da crise sanitária. Foi o caso da Medida Provisória 927 que antecipava férias compulsórias e instituiu o Banco de Horas Negativas.

Não é só isso. Os bancários vão negociar com o setor mais lucrativo da economia nacional. No sábado (14/05), a economista e técnica do Dieese, Ana Georgina Dias, mostrou, em números, que os lucros dos bancos continuam intocáveis, apesar da pandemia. As cinco maiores instituições financeiras – BB, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander – tiveram lucro líquido de R$ 28,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 17,5% nos 12 meses encerrados em março. Um ganho extraordinário visto que a imensa maioria do setor produtivo sente os efeitos das crises econômica e sanitária.

A rentabilidade também cresceu. Destaque para o BB, alta de 3,1%, e a Caixa, 0,7%. Os ativos totais chegaram a R$ 8,3 trilhões, uma alta média de 14,5% em 12 meses. No Brasil em que mais da metade da população (53%) vive em insegurança alimentar, o patrimônio líquido de todos os cinco bancos é de R$ 646,6 bilhões, com alta média de 8,1% no período. O alto índice de desemprego e a queda da renda dos brasileiros fizeram a inadimplência subir. Na Caixa, teve uma das menores altas em 12 meses, 2,3%. O Bradesco aparece na frente, com a inadimplência crescendo 3,2%.

Ana Georgina alertou que as negociações devem ser duras e vão exigir mobilização dos bancários. Informou que a maioria das campanhas salariais terminou sem recompor a inflação no ano passado e que os bancários são a exceção.

Encontro da Caixa

A 24ª Conferência dos Bancários da Bahia e Sergipe contou também com os encontros específicos por banco. Uma boa oportunidade de os bancários discutirem os problemas enfrentados em cada empresa e traçar estratégias de enfrentamento nas mesas permanente.

Na Caixa, o destaque foi a saúde dos empregados. O número elevado de adoecimento no banco é muito preocupante. No ano passado, uma pesquisa realizada pela Fenae, revelou que 42% dos empregados tinham algum problema de saúde relacionado ao trabalho. Desses, 75% estão relacionados a questões psicológicas.

Os desafios para os empregados da Caixa não param por aí. A defesa do Saúde Caixa, da FUNCEF, o fim do assédio moral e da atual política de metas, além da necessidade de mudanças no programa GDP estão entre as prioridades aprovadas e que serão levadas ao CONECEF (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa), entre 8 e 10 de junho, em São Paulo.

Redação AGECEF/BA

 

 

 

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