Contratações da Caixa inflam saldo de emprego no setor

Entre janeiro e setembro deste ano, os bancos em atividade no país geraram 2.751 empregos, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), feitos com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Mas, ao detalhar os números, percebe-se que as contratações feitas pela Caixa, em atendimento à decisão da Justiça, inflaram o saldo positivo.

Somente em setembro, foram gerados 1.249 postos de trabalho. Desses, 692 foram feitos pela Caixa. Embora o número de empregados tenha ampliado um pouco, ainda está longe de suprir a demanda. A instituição financeira perdeu cerca de 20 mil bancários nos últimos cinco anos. Já a carteira de clientes disparou passando de 90 milhões para 145,4 milhões. Para se ter uma ideia, na Caixa, um empregado é responsável pelo atendimento de 1.775 clientes em média.

Os bancários trabalham no limite. A sobrecarga é demais. Diariamente têm de ultrapassar a jornada para dar conta. Muitos terminam doentes e têm de se afastar das atividades. Enquanto isso, milhares de aprovados no concurso público de 2014 seguem aguardando uma convocação que só chega se a Justiça interferir.

Gênero, faixa etária e salário

Os dados do Dieese também fazem um recorte por gênero e revelam que no setor bancário como um todo a contratação de mulher, no mês de setembro, foi 38,31% menor do que a de homem. Foram contratados 791 homens e 488 mulheres. Em relação às faixas etárias, os bancos contratam mais bancários até 39 anos - aumento de 1.519 vagas. Já nas faixas etárias acima dos 40 anos, é notado movimento contrário, com o fechamento de 270 vagas.

O levantamento mostra ainda que o salário mensal médio de um admitido em setembro corresponde a 92,9% do salário médio mensal do demitido. No que diz respeito ao recorte geográfico, verifica-se abertura de vagas em praticamente todos os estados, exceto em Roraima, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. São Paulo é o estado com maior contratação, 735 no total.

Redação AGECEF/BA