Desmonte da Caixa impulsiona o lucro do semestre

O lucro recorde da Caixa - R$ 10,8 bilhões - no primeiro semestre do ano é resultado do desmonte da empresa e, consequentemente, da redução do papel social do único banco 100% público do país, responsável pela gestão de importantes políticas públicas. Boa parte do balanço é proveniente da alteração na participação relativa apurada sobre investimentos da Caixa Seguridade (R$ 1,5 bilhão), com a venda das ações da subsidiária (R$ 3,3 bilhões) e com a venda das ações do Banco Pan (R$ 1,9 bilhão).

Os números deixam claro o que está acontecendo. Sob o comando do governo federal, a direção do banco fatia a Caixa com a venda de áreas essenciais e, sem chamar a atenção da sociedade, privatiza a empresa aos poucos. Importante destacar que graças ao banco 100% público, milhões de brasileiros estão sendo socorridos na pior crise sanitária da história do país. É a Caixa que também socorre a economia nacional em momentos de crise.

Os números mostram a importância da instituição financeira. Na Bahia, 213 agências (23,9%) são da Caixa. Tem mais. Dos R$ 74 bilhões de operações de crédito ativas na Bahia, cerca de 47,4%, o equivalente a R$ 35,1 bilhões, foram operacionalizados pela empresa.

O banco também é líder disparado em financiamentos imobiliários no Estado (92,4%). A Caixa ainda gere o Bolsa Família que, em junho deste ano, repassou R$ 523.280.060,00 a 1.872.265 famílias na Bahia, com o valor médio R$ 279,49 por domicílio e é responsável pelo pagamento do auxílio emergencial.

Contratações

Os dados divulgados pela Caixa mostram ainda que o banco tinha 84.262 empregados ao fim do primeiro semestre, com fechamento de 58 postos de trabalho em 12 meses. Após pressão das entidades, em julho de 2021, a Caixa anunciou a ampliação do número de empregados e terceirizados. Segundo o banco, serão 10 mil novos colaboradores, sendo 4 mil empregados, 5,2 mil estagiários e adolescentes aprendizes, e cerca de 800 recepcionistas e vigilantes.

Mas, embora sejam positivas, as contratações estão longe de suprir a demanda. No primeiro semestre, a instituição registrou incremento de aproximadamente 17,7 milhões de novos clientes.

Redação AGECEF/BA