Entidades lançam campanha em defesa da Caixa

A Caixa, único banco 100% público do país, está prestes a perder uma importante subsidiária: a Caixa Seguridade, terceira maior holding de seguros do país. Mesmo rentável, no ano passado obteve lucro líquido de R$ 1,8 bilhão, a empresa pode ter o capital aberto no dia 29 de abril.

A direção da empresa ainda pressiona os empregados a comprar as ações, além de vender aos clientes. Para incentivar a compra, planeja adiantar salários e autorizar a conversão de Apips ou ausências permitidas e de licença prêmio, desde que vinculadas à IPO (abertura de capital).

Paralelamente, a direção do banco anunciou a devolução dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs). De um total de R$ 40 bilhões, a instituição já devolveu R$ 11,35 bilhões. Na semana passada, aprovou a devolução do restante – cerca de R$ 33 bilhões.

As duas iniciativas descapitalizam a Caixa e acabam com o caráter totalmente público do banco. Outras subsidiárias importantes estão na mira do governo e da direção da empresa, como os setores de Cartões, Gestão de Recursos, Loterias e o banco digital, para onde serão transferidas as operações sociais do banco.

Diante desse cenário, as entidades representativas dos empregados realizam a campanha "Brasil Seguro é Caixa Pública". A intenção é realizar mobilizações para alertar os parlamentares e toda a população sobre os prejuízos que a privatização vai causar à nação, beneficiando apenas o mercado privado.

O cronograma abrange plenárias entre os dias 19 e 21 de abril e uma assembleia marcada para quinta-feira (22/04). No dia 26, as entidades vão realizar uma live para discutir os assuntos que envolvem a privatização e a descapitalização do banco. O governo não pode acabar com a única instituição financeira 100% pública do país, que tem o papel social extremamente importante para reduzir a imensa desigualdade do país.

Redação AGECEF/BA