Desconto do Saúde Caixa pode elevar 378%

Um dado assustador, para ligar o sinal de alerta. Estimativa apresentada pela consultoria Vesting, contratada pela Caixa, revela que o desconto mensal do Saúde Caixa no contracheque do usuário pode sair dos atuais R$ 423,00 para R$ 1.600,00 em quatro anos. Aumento de 378%. Se a previsão se confirmar, milhares de empregados terão de contratar planos mais baratos e com menor cobertura ou então recorrer ao SUS.

Os números são resultado da aplicação das recomendações emitidas pelo governo federal por meio da CGPAR 23. A resolução contém uma série de orientações para que as empresas estatais federais reduzam o investimento na assistência à saúde dos empregados. Entre as recomendações, está a limitação dos gastos em proporção à folha de pagamento. Na Caixa, o limite foi estabelecido em 6,5%. Como a inflação média avança em ritmo mais acelerado do que o INPC – índice adotado nos reajustes salariais – e com a tendência de redução do quadro funcional, o Saúde Caixa encontrará seu fim por asfixia.

Ainda, segundo o relatório, em um cenário neutro (nem otimista, nem pessimista), as despesas totais do convênio médico devem atingir R$ 3,9 bilhões. No entanto, a participação da patrocinadora no custeio vai cair dos atuais 70% para 40,4%, enquanto os usuários vão elevar o pagamento, que sairá de 30% - praticado desde 2004 – para 59,6%. A “primeira facada” já vem em 2021: os usuários vão contribuir com 50,3% e a Caixa com 49,7%.

Considerando a tendência inevitável de redução do número de usuários, já que o banco não pretende contratar novos empregados, a situação tende a se agravar. A expectativa é que o número de titulares seja reduzido a menos 120 mil. Contando com dependentes, o número total tende a cair de 278.262 em 2019 para 252.494 usuários em 2024, redução de 9,26%.

Redação AGECEF/BA