CEE pede reunião com o presidente da Caixa

Preocupada com mais uma reestruturação na Caixa e as consequências para os trabalhadores, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) enviou carta ao presidente do banco, Pedro Guimarães, solicitando uma audiência. A intenção é discutir o modelo atual de gestão, que compromete a atuação e o papel social da instituição financeira.

No documento, a CEE questiona a forma como a reestruturação foi anunciada e o plano de realocação de empregados. Segundo a Comissão, a medida descumpre a cláusula 48 da Convenção Coletiva de Trabalho. Há denúncias de que as transferências estão acontecendo aleatoriamente, sem levar em consideração as limitações constantes em editais de concurso público.

Outro fato que precisa ser levado em consideração é a redução brusca do quadro de pessoal. Os PDVs (Programa de Desligamento Voluntário) abertos pela Caixa nos últimos três anos cortou cerca de 17 mil postos de trabalho, sem que houvesse reposição. Dessa forma, a empresa que tinha 101 mil empregados em dezembro de 2014 tem hoje cerca de 84 mil.

A medida compromete a qualidade do serviço prestado à população e também deixa os empregados vulneráveis à doenças ocupacionais, sobretudo ligadas ao estresse decorrente da sobrecarga de trabalho. Pesquisa feita no ano passado revelou que um em cada três bancários da Caixa tiveram algum problema de saúde decorrente da atividade laboral. Desse universo, 10,6% relataram depressão.

É necessário também levar em conta que a Caixa é a empresa pública que mais repassa dividendos à União. Entre janeiro e novembro do ano passado foram R$ 2,8 bilhões. O valor é bem maior do que o repassado pelo segundo colocado, o BB que pagou R$ 1,545 bilhão no mesmo período. Portanto, reduzir sua atuação compromete o desenvolvimento nacional.

Redação AGECEF/BA