Bancos públicos têm papel fundamental no crescimento

Durante a crise financeira mundial, em 2008, os países europeus estatizaram os bancos, devido à importância para a economia de cada nação. No mesmo período, o Brasil, utilizou as estatais para reduzir os juros e aumentar o crédito para aquecer o mercado interno, evitando que o país sentisse os reflexos do abalo. O exemplo é o suficiente para retratar a importância dos bancos públicos para uma nação.

O sociólogo Emir Sader, diretor do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, vai além. Ele lembra que, ao longo da história, as estatais tiveram papel fundamental na política do Estado. Mas, foi a partir de 2003 que Caixa e BB assumiram uma posição mais relevante. "A Caixa se tornou o segundo maior banco do Brasil, sobretudo pelo protagonismo do financiamento habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida".

Ao contrário daquele período, na crise atual, o papel dessas instituições é praticamente inexistente. Emir Sader chama atenção para a Argentina. O país não tem mais banco público e a crise econômica insiste. Com as sérias dificuldades na retomada do crescimento, a Argentina teve de recorrer novamente ao FMI (Fundo Monetário Internacional).

Posicionamento semelhante tem a economista Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento Federal e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que chama atenção: os brasileiros ainda não despertaram para o perigo que é privatizar os bancos públicos. Caixa e BB estão presentes de todo brasileiro, seja nas obras de infraestrutura, saneamento básico, na casa própria e até na concessão de empréstimos, já que os públicos normalmente oferecem condições melhores.

Emir Sader e Esther Dweck participaram do debate "O Futuro dos Bancos Públicos", na noite desta terça-feira (16/10), no Rio de Janeiro. A organização foi da CartaCapital e da Fenae.

Redação AGECEF/BA