Se Caixa for vendida, país terá muitos prejuízos

Os brasileiros devem se preocupar com a recente declaração do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o governo Temer prepara a privatização da Caixa. Se realmente for vendida, o país terá sérios prejuízos. O alerta é dado por especialistas.

Segundo o economista e professor da UnB (Universidade de Brasília), Roberto Piscitelli, a privatização do banco deve provocar problemas em diversas áreas. A instituição, que tem 157 anos, é responsável, por exemplo, pela gestão do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do seguro desemprego.

Também é a principal gestora dos programas de inclusão social, como o Bolsa Família, que atende 13 milhões de pessoas, o FIES e o Minha Casa Minha Vida. Ainda financia habitações a baixo custo, o que faz a Caixa líder em crédito habitacional. Entregar a empresa à iniciativa privada significa, portanto, abrir mão de tudo isso.

Roberto Piscitelli vai além e destaca que a venda do principal banco público do país aumenta a concentração bancária no Brasil. Relatório do Banco Central mostra que o país tem um dos mercados mais concentrados do mundo, com 82% dos ativos controlados pelas cinco maiores instituições financeiras (BB, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander). Os dados são de 2016. Desta forma, alerta Piscitelli, o mercado imobiliário brasileiro tende a ficar mais vulnerável às política de lucro da rede privada.

Desde que Temer assumiu a presidência da República que a Caixa vem mudando a política. Entre 25 de maio e 1º de junho deste ano, por exemplo, o banco registrou a taxa de juros mais alta para o crédito pessoal consignado, de 2,02%. Mas, não são só os clientes que são prejudicados. A venda da instituição é ruim para toda a sociedade, inclusive os empregados.

Outro relatório do BC revela que entre dezembro de 2015 e abril deste ano, o quadro de pessoal da Caixa e do BB teve redução de 11%. Os dois bancos ainda fecharam 693 agências em todo o país.

Redação AGECEF/BA

 

     

           

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