Estatuto da Caixa limita indicações privilegiadas

Depois do afastamento de quatro dos 12 vice-presidentes, a atual administração da Caixa fez mudanças no Estatuto que limita as indicações políticas para cargos da direção. A alteração foi definida nesta sexta-feira (19/01), depois de uma assembleia-geral.

De acordo com o documento, a partir de agora, o Conselho de Administração passa a ter a prerrogativa de mudar a direção do banco. Pode, por exemplo, trocar ou manter os atuais vice-presidentes e diretores, conforme os critérios definidos pela lei das estatais. Apenas a nomeação do presidente da Caixa fica a cargo do presidente da República.

O estatuto prevê ainda a implementação de critérios, como a contratação de uma consultoria especializada, para a seleção dos vice-presidentes. Mas, caberá ao Banco Central a palavra final sobre a nomeação.

Enquanto se discute mudanças nas regras, a equipe econômica do governo age. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já vinha sinalizando que suspenderia o socorro de R$ 15 bilhões, provenientes do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Informação confirmada nesta sexta-feira (19/01).

O argumento é de que falta confiabilidade nos atuais executivos, para que a verba seja liberada. Para que a empresa cumpra regras de segurança bancária outras propostas são estudadas, inclusive a abertura de capital na Bolsa de Valores. A medida prejudica toda a nação. A Caixa é o único banco federal 100% público, responsável pelos programas de inclusão social. Se for entregue ao grande capital, como quer a equipe econômica de Temer, os projetos tendem a acabar.

E tem mais. Além da abertura de capital, há ainda a possibilidade de cortar custos com a redução do quadro de pessoal, por meio de mais um plano de demissão voluntária, o que vai aumentar os transtornos nas agências, e revisão do Saúde Caixa. Certamente o empregado será mais onerado.

Redação AGECEF/BA