Mercado de trabalho é mais difícil para o negro

Ingressar no mercado de trabalho no Brasil atualmente não está nada fácil. Mas, para o negro é ainda mais difícil. Ser reconhecido e atingir cargos superiores ou ter salário compatível a de um trabalhador branco é outra dificuldade. A informação é do Ministério Público do Trabalho.

O preconceito vai além, aponta o MPT. Embora seja mais da metade da população brasileira, o negro também encontra problemas para ocupar cargos de maior exposição, como caixa bancário e recepcionista. Uma outra pesquisa, da Universidade Federal de São Paulo, revela três tipos de discriminação frequentes no ambiente de trabalho.

A primeira (ocupacional) questiona, mesmo que o profissional seja super qualificado, a capacidade de o trabalhador negro desempenhar tarefas complexas. A segunda diz respeito ao salário. Em geral, a remuneração dos brancos é maior, o que sugere que o trabalho do negro tem menor valor. Por fim, o estudo trata sobre a imagem, onde a pele escura e o cabelo crespo são vistos com preconceito, deixando muito trabalhador de fora de diversas oportunidades.

Cenário nos bancos

Problema histórico no Brasil, o preconceito contra os trabalhadores negros acontece em todos os setores de produção. No bancário, também. De acordo com o Censo da Diversidade Bancária de 2008, naquele ano, os negros eram cerca de 18% da categoria. Na pesquisa de 2014, o percentual passou para 24,7%, índice que ainda não reflete a realidade da sociedade brasileira.

O estudo de 2014 revela ainda que nos bancos é raro encontrar negros nos cargos mais altos. Diferença também nos salários. A média mensal dos negros é 84% a dos brancos.

Discriminação que se estende às mulheres. Além de terem dificuldades em ascender profissionalmente por conta do preconceito, as mulheres, que hoje são metade da categoria bancária, em 2014, ganhavam 77% da remuneração dos homens.

Redação AGECEF/BA