Lucro dos bancos cresce. Mas, empregos caem

A crise política e econômica do Brasil não atinge os bancos. O lucro líquido de BB, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander chegou a R$ 35,6 bilhões no primeiro semestre deste ano.

Elevação de 27,1% ante o mesmo período de 2016, aponta o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Destaque para a Caixa que com o lucro de R$ 4,1 bilhões obteve a maior alta, de 69,2%.

Os ativos das cinco instituições atingiram R$ 6,1 trilhões no mesmo período. Alta de 5,1%. Já o patrimônio líquido somou R$ 441,5 bilhões, crescimento de 7,1%. Embora lucrem mais, as empresas têm reduzido o número de empregados e também o de agências disponíveis à população.

A Caixa cortou 5.486 postos de trabalho, por meio de dois programas de apoio à aposentadoria e fechou o primeiro semestre com 90.201 empregados. Número que certamente está menor, já que o segundo programa só encerrou no segundo semestre.

O Dieese destaca ainda a mudança de orientação política nos bancos públicos e os impactos negativos para o país. No auge da crise financeira mundial, em 2008, ou seja, no governo Lula, atuaram de forma anticíclica, para incentivar a atividade econômica. Agora, estão reduzindo o crédito e elevando o spread, mesma prática das empresas privadas.

A pesquisa também faz um diagnóstico sobre o fechamento de agências. Itaú, BB e Santander fecharam 838 unidades bancárias. A Caixa, embora tenha anunciado o fechamento de cerca de 100 agências, até o momento aparece com saldo positivo de sete.

Por fim, o Dieese destaca que o governo tem obrigação de cobrar dos bancos responsabilidade social. E cita a Constituição Federal: “O sistema financeiro nacional é estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem”. Mas, fazem justamente o contrário, inclusive os públicos.

Redação AGECEF/BA