Bancários expostos a transtornos mentais

Segundo levantamento da Secretaria de Previdência, as concessões de auxílio-doença por transtornos de ansiedade cresceram 17% em quatro anos. O número saiu de 22,6 mil em 2012 para 26,5 mil no ano passado. As incertezas sobre o trabalho, salário e demais direitos, aliadas à pressão, assédio moral e sobrecarga de trabalho são apontadas por especialistas como responsáveis pela alta.

A pesquisa mostra ainda que para cada 10 pessoas, duas são afastadas do trabalho por medo do futuro, palpitações, insônia, falta de ar, sintomas de ansiedade, além de depressão, esquizofrenia e casos ligados ao uso de drogas.

Apontado como principal causa de afastamentos do trabalho no setor bancário, o transtorno mental supera casos de LER/Dort na categoria, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), seguindo dados apresentados pelo INSS.

O levantamento revela que 27% (5.042 casos) dos afastamentos em 2013 se deram por problemas de cunho psicológico. O sistema osteomuscular e tecido conjuntivo somam 4.589 dos casos, o que significa 24,6% das causas de afastamento. As condições de trabalho, a manipulação de grandes quantias de recursos por muitas horas, são algumas das causas que geram fatores de risco para a saúde dos bancários.

Se comparar os casos de doenças que envolvem transtornos mentais entre bancários e trabalhadores de outras categorias, os funcionários de bancos são as principais vítimas, por conta da pressão e assédio moral. Muitas das solicitações de afastamento só são concedidas após decisão judicial.

Redação AGECEF/BA